sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Shrek , O Rei do Baião

Duendes


A fome que sinto
É a carniça que comi em jejum
A gula é a barata esmagada
Que comi em algum
Sonho nojento
que invadiu meu diálogo
Perverso com os duendes
em um cogumelo esmagado...

XII

Quer dizer que
Quando você chegou
Você saiu?

Ecos de Gogh

Ecos de Gogh
ecoam na noite
Focos de mentira
estrondam na luz do dia
ele está vivo
ele está alto
Sua mentira se perdeu
Sua pintura se esqueceu
Nos delírios nobres da própria pobreza
Na sua miséria
salve Gogh
Salve Van Gogh
A sua loucura era por medo
Maltratado e demente
Carente e ausente
Girassóis de amsterdã
Filho dos campos de tulipas
Com seus corvos famintos
Seu quadro por um prato
Sua orelha por amizade
Salve seu amigo Artaud
Salve antonin Artaud
O único além de Théo
a ser seu irmão
suicida ator
Que agora vive nas sombras de manicómios
Atrás de perdão
E nosso amigo van Gogh
Eternamente perdido
em sua dor
O insano holandês voador...

Mais Fantasmas sofrem de Asma

Te falta fôlego?
Te falta ar?
Tu és um peso morto
Então qual é o transtorno
em querer mais?
Você não vive mais
Você quer jamais perder os laços
O contato com a vida
Esvaída de tuas feridas
Te falta ar?
Te falta fôlego?
Então perâmbule na casa vazia
Na cozinha
Derrube o bule
Peça chá
Esgueire-se pelos corredores
No breu da tua saudade
O ar te falta?
Os teus pulmões não respondem?
Então que mal há em morrer
abandonar o ar
e deixar que mais fantasmas sofram de asma
E tua casa continue sempre vazia...

Formiguinha


Ah formiguinha teu andar teu caminhar
Ah formiguinha tímpanos fechados
Teu trabalho arduo remunerado
Ah formiguinha te pisam te esmagam!!
E tu formiguinha não reage?
Ah formiguinha passo a passo
Te vejo correr
Com fome , com sede
Com medo de sorrir com medo de viver
Ah formiguinha penso em como tu és nojenta
adoro imaginar tuas doenças
tuas neuras tuas deixas
Ah formiguinha vai trabalhar
Esqueça o que eu disse
E mande-me calar
Formiguinha...
Vai trabalhar....

Quando Lunático

Quando voltei
Lunático como somente eu voltei
Com o canto do sol
Com o abismo ao meu redor
Me restou apenas a rosa
A lágrima do poeta
O encanto morto
As flores da vida
As flores do mal
Um tapa no rosto
Quando voltei
Jamais imaginei
achar tamanha saudade
Que o cheiro encantado do Bosque
Nos traz na tarde
Levando embora
Deixando tudo para trás
Tudo aquilo que sonhei
Quando Lunático somente eu sonhei...

Delírius....

Loli Vai ao Bosque...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Bode que Berra

O Bode que berra
Que grita nos cobra
O contrato feito perto da cova
O bode que berra
Que dedo a dedo nos cobra
O contrato feito assinado perto da obra
O bode que berra
Que fede a enxofre
Nas noites de frio ele surge
Dança, grita e cobra
Acordos feitos em troca de almas
Um dia ele virá
com seu rabo pontudo
Nos seus cascos você verá
que no fundo
Você cometeu um erro...

você se sente uma luz?

Você se sente como uma luz?
Um brilho raro na escuridão?
Uns são estrelas
Outros são cometas
Um transplante celular
Um colírio de perdas
Você se sente uma luz?
Um pasmo aprisionado
Um medo repassado
Um velho mal amado
Mil sentimentos brotam no olhar
Mil beijos cobrem o ar
Meu céu meu infinito
Meu desejo pelo teu carinho
Você se sente uma luz?
No final do túnel
No fundo da garrafa
No prato fundo
No poço do Nilo
Um pássaro perdido sem ninho
Uma criança perdida que apenas segue uma luz...
Você se sente uma luz?

Um em 1 Milhão

Uma cidade
Uma vaidade
Coletiva e insegura
Uma solidão
constante e contínua
Uma sombra
Vozes e lágrimas
Uma maldade
Gerada e viva no peito
Isolado do povo
Dentro do peito
Bate um coração
Vaziu e solitário
Na metrópole
Mãos te tocam
Olhares te olham
E a cidade te devora
Te incendeia te adora
Te odeia te apavora
Então saber
Que entre milhões
Você é apenas um
Um em Um milhão...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Último Vagão

Último vagão
Último aviso
O trem parte as cinco
Terei tempo
Para esquecer o tempo que aqui estive
Das tardes nubladas
Na beira do Guaíba
O frio do pálido rio
O cheiro horroroso
As clássicas nuvens do céu
Cinza como os olhos de quem me traiu
Por um beijo se esqueceu
De todas as promessas
De todos os afagos
Das tardes no Harmonia
Das noites sem alegria
Das madrugadas em agonia
A suspeita falsa
A falsa elegia
Tudo ficara perdido
A chuva começa a cair
Meu castelo começa a ruir
Primavera chegando
Meu reino desabando
E eu indo embora
Numa estação cinzenta
Como os olhos de quem me traiu
De quem esqueceu
De quem sorriu
Últíma chamada
Último vagão
Último suspiro do meu amor por você...

O Vazio da Alma

Seremos o centro das atenções
O peculiar toque do sucesso
Tivemos que celebrar
Nosso embriagado excesso

Seremos o fiasco da noite
O mais cruel passo dos fatos
Teremos que pagar pelas ações
Dos mais sujo dos gatos

No fim nada nos deterá

Do sucesso ao fiasco
Do copo ao prato
Da linha aos fatos
Do canudo aos ratos

No fim nada nos deterá

Os olhos cheios de lágrimas
A boca cheia de saliva venenosa
O bolso vazio
A alma cheia
O ódio vil
Quem vai pagar as vagabundas esta noite?

Nua & Crua POA

O álcool beija o asfalto
A noite sempre nua
transborda em fúria
Sexo e patifaria
Sou o primeiro da fila
Tenho meus conceitos
Me porto como um porco louco
Um bêbado insano
Um anjo possuído por seus feitos
um lúcido e faminto jovem
Na nua sempre nua & crua noite de POA
Que se manifesta
Com seu ódio e sua relva
O lobo uiva
Os becos gritam
Os prédios cinzentos da Borges ecoam
O Gazômetro em chamas
Me chama para o fundo do rio
Podre e lindo rio
A festa começa
E o que interessa?
A noite que cai na testa
Provoca a ira de quem contesta
Esta nua sempre nua & crua Noite de POA
Coberta de sexo & Luxúria
Ela arde em chamas
Cidades dos amantes cidade dos anjos
Gatas vadias Gatas com a Tia
Perambulam por aí
E quem se importa com esses bostas
Essa grande indiferença
Entre nós e eles eles e nós
Isso não importa
O álcool bate na porta
Aceite a noite
Abram espaço para a loucura
Drogas & violência
Vidas vadias se cruzam e se completam
Duram pouco ou tampouco vou me importar
com o quer que seja
eu quero cerveja
Uma gata bichada escrota
com cheiro de cereja
Desvairada e louca
Pois o vinho beija o asfalto
corpos se arrastam pela Osvaldo
A gilete cumprimenta o prato
A pupila tudo vê
Tua íris em ponto de bala
No tambor da tua nuca
Pronta para disparar
Na nua sempre nua & crua noite de POA
Minhas veias pulsam
Meu nariz nervoso
Meu cachimbo roto
Meu fígado virou esgoto
E para teu desgosto
a noite não acabou ainda...