quinta-feira, 30 de julho de 2009

Tentáculos

Profeta

Cristais de Alumínio

Cristais de alumínio
Brilham como pérolas amaldiçoadas
Brilham na tormenta
Para que sua bruma insandecida
Carregue-me para longe daqui
Até o fim
Seguindo livre para que a chuva
Molhe nossos corpos castigados
Cristais de alumínio
Brilham como os olhos da noite
Sem culpa até o fim
Seguiremos até a colina
Para sacrificar nosso destino
somente você e eu
Apenas um punhal como testemunha
E os cristais de alumínio como benção...

A volta dos Dias Estranhos

Os dias estranhos voltaram
Nossa paz impertubável se apaga na espectativa
Da chegada dos dias estranhos
Diga adeus a tua monotonia
Abra os braços para a agonia
Criança cega tu vê o crepúsculo?
Vê ele se erguer na colina dos tolos?
São esses dias estranhos
Voltando, carregados de mistérios
A tempestade anuncia seu destino
As nuvens camuflam sua real intenção
O céu caminha para o oeste
Com sua cor sangue alaranjada
Carregada de furor
São apenas os dias estranhos
Retornando em busca da sua redenção
Mais uma vez
E nosso amor esvaindo-se
pelos dedos cansados da mentira...

Os Anais de Saturno




Debruçai-vos sobre os parapeitos do distúrbio
Observai todos os dedos do universo
Onde Pilatos lavou as mãos
Negando Sanidade em troca de seu perdão romano
Lembranças esquecidas na visão circular
Do oráculo de saturno
São tuas as estrelas pasmo universo
Que brilham
Radiam e encantam a vasta galáxia
Delire formoso céu de Dali
Infame textura das palavras de um poeta desconhecido
Observai saturno
Observai os seus anais circulares
Os anais de saturno sempre estiveram ali
Para que o criador possa tocá-lois com seus dedos divinos
Os Anais de Saturno sempre retornam...

sábado, 25 de julho de 2009

JOHN FANTE

John Fante nasceu no Colorado em 1909. Fante começou a escrever em 1929 e teve seu primeiro texto publicado na revista The American Mercury em agosto de 1932: o conto Altar boy, traduzido em português sob o título de Coroinha. Na mesma revista, publicou Lar, doce lar em novembro de 1932, Primeira Comunhão e Craque de beisebol em março de 1933 e A odisséia de um wop em setembro de 1933. Em outubro de 1934, publicou o conto Um de nós na revista Athlantic Monthly. Esses contos foram republicados nos livros Dago Red e O Vinho da Juventude.

Seu primeiro romance, Espere a primavera, Bandini, foi publicado em 1938. No ano seguinte Pergunte ao Pó foi publicado. Em 1940 a coletânea com seus contos: intitulada Dago Red foi lançada.Para ganhar dinheiro, Fante trabalhava como roteirista em Hollywood. Fez o roteiro para filmes como Full Of Life, Jeanna Eagels, My Man and I, The Reluctant Saint, Something for a Lonely Man, My Six Loves e Walk On the Wild Side.

John Fante descobriu que tinha diabetes em 1955 e as complicações da doença terminaram por deixá-lo cego em 1978, mas continuou a escrever ditando para sua mulher, Joyce, e o resultado foi Sonhos de Bunker Hill. Morreu com 74 anos em 8 de maio de 1983. Seu filho, Dan Fante, escreveu um romance sobre a morte do pai intitulado Chump Change, ainda inédito no Brasil.

· Bibliografia do Fante

·

· Publicados no Brasil:

· Espere a primavera, Bandini. Brasilense, 1990. José Olympio, 2003.

· Pergunte ao pó. Brasiliense, 1984. José Olympio, 2003.

· Sonhos de Bunker Hill. Brasiliense, 1985. L&PM Pocket, 2003.

· 1933 foi um ano ruim. Brasiliense, 1990. L&PM Pocket, 2003.

· Rumo a Los Angeles. Brasiliense, 1989.

· A oeste de Roma. Brasiliense, 1990.

· O vinho da juventude. Brasiliense, 1991.



Sou o Que o Sol Serei

Sou o que no sol serei
Por ser o que não sou
Deixo o sol ser
O que nunca deixarei de ser
Por saber que o sol é rei
E que tanto amei
Deixa cantar
Deixa-se amar
Com a brisa e o calmo azul do mar
Deixa molhar a pedra
Que Pedro jogou no ar
Pois ser o que sou
Bastaria eu ser rei
Mas nunca deixar de esquecer
O quanto serei...

Eu sou a vida

Eu sou a vida
O fruto a razão
Eu sou o vírus
A morte; a epidemia a ilusão
Eu sou o amor
O abraço a paixão
Eu sou a doença a ferida
O medo a incompreensão
Eu sou o amado
O querido o inesquecível
Eu sou o odiado
O maldito esquecido
Eu sou o anjo
Que hoje semeia o amor
Eu sou o demônio
Que amanhã espalhará a dor
Eu era a vida...

Confissões Sexuais De Um Espantalho

É tão indiferente espantar-se
Pois é tão diferente
A tua indiferença
Tão constante, de pano curto
Meu corpo... Um pacote de arroz velho
Costurado a um saco de feijão
Sinto; Tu me querer assim...
Não olhe meu sangue de palha
não seja tão indiferente assim
Para você estou apenas crucificado
Na beira de teu canteiro de legumes
Estou tão indiferente que posso te escutar gozar
Amar o teu homem de mentira
Posso ouvir você gozar
Na escuridão de teu quarto
Posso sentir você suspirar
Eu saberia como te abraçar nas noites frias
Penso em ti
Em ti
tu... E eu?
Apenas alguém esquecido
apenas um membro de pano
E palha seca como ereção
E é tão indiferente a nossa diferença
que me sinto tão só na horta de legumes
É tão indiferente a tua indiferença querida...
,

Rendição

Para alguns o amor é vazio
Para outros o amor é razão
Para eles o amor é discórdia
Para nós o amor é a saída
Para tantos o amor é falso
Para vocês o amor pode até ser verdadeiro
Mas para mim o amor machuca...
Para alguns o amor é rendição
Para outros o amor é culpa
Para nós foi a desculpa
Para tantos o amor foi o receio
Para vocês o amor pode até ser sincero
Mas para mim o amor sempre machuca...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Bukowski: Momento inspirado

Pensem com ele... Pensem...

Cenas de Um Velho safado




quinta-feira, 23 de julho de 2009

Arde o Peito

Arte o peito rosa a pétala se esvai
Os sonhos beijam os céus
Ao acordar ela cai
Desanda o tolo perdido na penumbra
Que ignorante esse bobo em não te amar com ternura
Cai o véu, cai a máscara
Suja suave mentirosa e linda
Minha adorada arde no cio
Cala-te poeta que não entende o viver
Achas que com poesias irá me convencer?
Jantaremos o amor beberemos o pecado
De sobremesa teu corpo ardente
como um orgasmo...

Sonhos de Uma Noite com A Dor

Sonhos de uma noite com a dor
Com teus lábios reluzentes
Teus seios sedentos
Toque-me com tua palavra
Um pesadelo
A piada divina
Contada por anjos sacanas
Em uma farra celestial
Pausa
Acordo estranho
Suado
Abraçado ao cadáver peludo
De um urso de pelúcia
Ao lado minha cria
Roxa e desprovida de vida...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Time Is On My Side

Mulheres & Dedos

Velho Safado

Ecos de Berros & Ferros

Ecos
De berros e Ferros
Ferros
a freira nua
Na sacada suja
Na noite fria
Usou a gilete
Na torre do convento
Ouve-se os berros
Os ecos
O sangue virgem
Pobre moça
Entregou-se cegamente a Deus
E nos braços do demônio disse adeus
Pobre moça
Pobre noviça
Pobre corpo
abusado violado
Por madres taradas por virgens
Num perverso sorteio
Seu corpo agora fede a pecado
Arde de dor
E na fria noite
Ficou somente a redenção
Somente ficaram os ecos
Os berros de sua dor
Os Ecos e Ferros
Os berros
Os ferros os ecos
Apenas um corpo inocente ao amanhecer...

Bukowski inspiration...

Camiss

Sorriso mais lindo deste mundo...

Saída de Incêndio

Três segundos
Três batidas
Três bebidas
Saída de incêndio
Três vagabundas
Três recaídas
Três despedidas
Sobre os olhos
Velhas saídas
Velhas feridas
Forte cheiro
Forte desespero
Choque no corpo inteiro
Saída de incêndio
Três moribundas
Três amigas
Nuas nas escadas
No sereno
No esplêndido luar
Prontas para acordar
Três horas
Três senhoras
Três minutos
Três horas da matina
Saída repentina
Dor forte na retina
Escuridão no corredor
Porta de ferro
Sinto a claridade
Sinto o calor
Saída de incêndio...

Observações Pessoais de Um intimista

Fluxo de pessoas
Trafégo de supostos canalhas
Viúvas solitárias
E tarados por bundas de meninas
Escondem-se atrás de caretas de bocas e olhares
Circulam livres pela cidade
Arredores e praças públicas
Homens se masturbam em banheiros públicos
Mulheres perambulam pelos bares
Atrás de sonho, de consolo
Bancos pequenos
Bundas largas demais
O metódico se perdeu
O perdido se fudeu
E nada sobrou do fiasco
Somente uma dúzia de cervejas na mente
Camisinhas usadas
Meninas abusadas
E artistas de tv dormem contentes
Capa de revista
Escandalos na mídia
Vida boa e próspera
Sinto um leve desespero de Deus
Sobre os fatos
Sobre todos os atos
Bebo minha bock
Fumo meu cigarro
19:15
Perdi a maldita aula...

sábado, 18 de julho de 2009

Mulheres

Dom Quixote

Onde os Sonhos Voltam com Saudade

Lembra do tempo
Dos relógios de vento
Onde seu tempo lento
Girava, girava
Os campos verdes
Brilhando o orvalho
O seu tempo
Girava, girava
Sem medo
Sem lágrimas
Esta saudade
Este tempo
Onde os sonhos voltam com saudade...
Lembra dos dias?
Das lágrimas na chuva
Onde gotas
Caiam, caiam
Os olhos brilhavam
Os dedos se tocavam
A face , a lembrança
Sem medo
Sem lágrimas
Esse doce tempo
Onde os sonhos voltam com saudade...
Com saudade....

Cangaceiro Biônico






BREVE...

Desculpas Podem Gerar Cadelas Tristes

Você alguma vez chorou?
Você bateu nela?
Chamou a infeliz de cadela?
Ou apenas pisou nela?

Você alguma vez a magoou?
Sentiu falta dela?
Bateu nela de fivela?
Ou simplesmente a desprezou?

Você alguma vez amou ela?
Você a desejou?
Chamou por ela?
Uma menina, Uma cadela

Você quis junto a ela
Derreter seu corpo como vela
E nela se agarrar por saber
Que sem ela você não pode girar a Manivela

Sem ela você fica triste
E o ódio Teu aquece
Pois o beijo dela
É o ópio do teu delírio
Desculpas podem gerar cadelas tristes
E só vão te levar a velhas verdades
E as vezes as maldades
Não tem cura

Alguma vez você chegou a amar ela?
Desejou ao lado dela estar
Quieto abraçado a ela chorar
E baixo no ouvido dela
Pedir perdão?